quarta-feira, 22 de abril de 2015

Velhas Kombis - Muito mais que Nostalgia


De acordo com o site “O Globo”, no Brasil, essa desbotada Kombi passaria despercebida. Nos Estados Unidos, contudo, essa Jóia 1973 fabricada em São Bernardo do Campo vale uma nota. Um anúncio na rede online Craigslist vende a cansada van da Volks por US$ 22 mil - o equivalente a R$ 66.500. O valor pedido mostra como as Kombi de primeira geração (fabricadas até 1967 na Alemanha e até 1975 no Brasil) vêm atingindo cotações siderais no mercado mundial de colecionadores. Em novembro passado, uma Kombi 1955 alemã da versão Samba, com janelinhas panorâmicas na borda da capota e teto solar de lona, foi arrematada por € 190 mil (R$ 615 mil!) em um leilão na Europa. Por conta disso, comerciantes se especializam em comprar Kombis velhas no Brasil e enviá-las, em especial, para os Estados Unidos, a Europa e o Japão. Lisa e original, com a pátina do tempo: "Azul Niágara" desbotado e alguns arranhados. É o caso do exemplar que mostramos aqui. O anúncio informa que o carro desembarcou recentemente em São Francisco, na Cafórnia, já cumpriu todas as formalidades aduaneiras, mas ainda está com placas brasileiras. É o caso do exemplar que mostramos aqui. O anúncio informa que o carro desembarcou recentemente em São Francisco, na Cafórnia, já cumpriu todas as formalidades aduaneiras, mas ainda está com placas brasileiras.
O vendedor diz que a Kombi em questão é completamente original: nunca foi lanternada, rebaixada ou restaurada. O texto admite que o estado geral não é perfeito, mas enfatiza que o carro nunca pegou neve ou rodou por estradas com gelo e sal - dado importante para um modelo propenso ao óxido.
"Esta Kombi está pronta para receber polegares para cima e buzinadas de aprovação no trânsito!", diz o anúncio. A julgar pela recente onda de popularidade, a "velha senhora" ainda faz sucesso. Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/carros/velhas-kombis-brasileiras-ja-sao-anunciadas-por-us-22-mil-nos-estados-unidos-15911772#ixzz3Y2cdBauA Os heróis mais famosos do cinema, como o Superman e o Batman, possuem uma característica em comum: estão sempre prontos para atender as pessoas. Essa é uma semelhança que o designer Chung Kong encontrou nas Kombis: carros que acompanham gerações e ainda hoje não nos deixam na mão. Seu projeto gráfico é uma releitura desse clássico Volkswagen e cada Kombi foi ilustrada com um personagem diferente. Confira as ilustrações abaixo, elas vão te conquistar!



Kombi do Capitão América

Kombi da Mulher Maravilha


Kombi do Hulk

Kombi do Batman


Fonte Consultada:

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Uso do Gelo em Lesões: do senso comum à ciência


Foi já em 1978 que o médico Gabe Mirkinn estabeleceu o termo RICE (Rest, Ice, Compression & Elevation) que rapidamente se tornou como um tratamento gold standard entre o profissionais de saúde como intervenção após lesão. No entanto, nos dias de hoje, o mesmo Gabe Mirkin já não partilha da mesma opinião, apontando para a falta de evidência na crioterapia.


Nichan “Nick” Zourikian, um fisioterapeuta do Hospital Universitário de Sainte-Justine (Quebec) tem feito várias publicações sobre este tema, das quais o próprio resumo como: "There clearly exists a dogmatic polarization on the use of ice in our physiotherapist/athletic therapist communities! Old habits die hard. Many colleagues (even in our hemophilia community) still insist on using ice…despite the current scientific evidence available" "Existe claramente uma polarização dogmática no uso de gelo na comunidade fisioterapeutica/atlética! Velhos hábitos custam a ser quebrados. Muitos colegas ainda insistem em usar gelo... apesar da evidência científica disponível atualmente"
Em 2013 os investigadores da NATA apresentam as suas conclusões sobre a intervenção na entorse da tibiotársica, após anos de discussão crítica. A evidência reunida por estes vai desde o nível de evidência "A" ao "C", sendo que posição geral foi de um nível de evidência C (Kaminski et al., 2013). O artigo afirma "Existe forte evidencia clínica que a administração crioterapia é limitada". A evidencia mostrou que as intervenções com melhores resultados seriam; reabilitação funcional, propriocepção, equilíbrio e mobilização.

Mas de Fato, qual o efeito então, do gelo nas lesões?

O gelo tem sido usado como tratamento padrão para lesões e recuperação da dor muscular uma vez que ajuda a aliviar a dor do tecido lesionado. A prática do RICE tem sido usada há décadas, no entanto parece que o Ice e o Rest podem atrasar o processo de recuperação, em vez de o acelerarem. Num estudo recente, os atletas exercitaram numa intensidade que provocasse dano muscular severo, de forma a que causasse dor muscular prolongada. Apesar do gelo atrasar a tumefacção, não acelerou o processo de recuperação muscular (The American Journal of Sports Medicine, June 2013). Um estudo de revisão de 22 artigos científicos encontrou que não existem quase nenhuma evidência que o gelo e a compressão acelerassem o processo de recuperação quando comparado com apenas compressão, apesar de o gelo adicionado ao exercício poderá marginalmente ajudar a recuperação de entorses no tornozelo (The American Journal of Sports Medicine, January, 2004;32(1):251-261).
A recuperação necessita da inflamação Quando a lesão tecidular através de trauma ou de desenvolvimento de dor muscular por exercício intensivo, a recuperação ocorre através de um processo imunitário, que utiliza os mesmo mecanismos biológicos que usam para matar germes, chamado de inflamação. Quando os germes entram no corpo, o sistema imunitário envia células e proteínas para a área infectada para destruir estes germes. Quando os músculos e outros tecidos são danificados, o sistema imunitário envia as mesmas células inflamatórias para o tecido lesionado para promover a recuperação. A resposta tanto à inflamação como à lesão tecidular é a mesma (Journal of American Academy of Orthopedic Surgeons, Vol 7, No 5, 1999). O gelo impede a entrada das células necessárias para a recuperação no tecido lesionado Aplicar gelo no tecido lesionado provoca uma constrição no vasos sanguíneos circundantes e quebra com o aporte sanguíneo que leva as células necessárias para a recuperação da inflamação (Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc, published online Feb 23, 2014). Estes vasos sanguíneos parecem não reabrir por algumas horas após a aplicação do gelo. Esta diminuição do aporte sanguíneo pode causar morte tecidular por falta de aporte sanguíneo e pode, até mesmo, causar lesões nervosas permanentes.
Tudo o que reduz a inflamação também atrasa a recuperação Qualquer tratamento que reduza a inflamação, também irá atrasar a reposta imunitária e, por conseguinte, a recuperação muscular. Assim, a recuperação poderá ser atrasada por: medicação cortiscosteroide, anti-inflamatórios não-esteroides, por exemplo, ibuprofeno (Pharmaceuticals, 2010;3(5)), supressores imunitários, muitas vezes usados para tratar a artrite, cancro e psoríase, aplicação de gelo, qualquer coisa que diminuia a resposta inflamatória. O gelo também diminui a força, velocidade, resistência e coordenação O gelo é muitas vezes usado como tratamento a curto prazo para ajudar o atleta a retomar o jogo. Este arrefecimento pode ajudar a diminuir a dor, no entanto interfere com a força, velocidade, resistência e coordenação do atleta (Sports Med, Nov 28, 2011). Nesta revisão, foram incluidos 35 estudos sobre os efeitos da aplicação do gelo, em que a maioria efectuava uma aplicação de 20 minutos e reportaram que imediatamente à aplicação, ocorria uma diminuição da força, velocidade, potência e agilidade durante a corrida. Os autores recomendam que quando se utilizar o gelo para limitar a tumefacção, deve ser aplicado apenas 5 minutos, seguidos de uma aquecimento prévio ao retorno ao jogo.

RECOMENDAÇÕES

Gabe Mirkin recomenda que as pessoas que estejam lesadas parem imediatamente de fazer exercício. Se a dor é severa, se estão incapazes de se mover ou se estão desorientados ou que tenham mesmo perdas de consciência, devem ser vistos de emergência por um médico. Se possível, deve-se elevar o membro lesado para utilizar a gravidade para ajudar a minimizar a tumefacção. Se a lesão for muscular, a aplicação de uma banda de compressão poderá ajudar. Uma vez que aplicar gelo numa lesão reduz a dor, é aceitável utiliza-lo na região lesada por curtos períodos de tem imediatamente após a lesão. Poderá ser aplicado o gelo até um máximo de 10 minutos, retira-lo por 20 minutos e repetir a aplicação de 10 minutos, uma a duas vezes. Não há motivo para aplicar gelo mais de 6 horas após a lesão. http://stoneathleticmedicine.com/2014/04/rice-the-end-of-an-ice-age/ http://www.macleans.ca/society/the-end-of-the-ice-age/