sexta-feira, 18 de abril de 2014

Quirinópolis, crescimento ou desenvolvimento


Em dez anos de vertiginoso crescimento, Quirinópolis contrasta vantagens, perspectivas e grandes desafios. Para Michal Kalecki (1899-1970) um dos grandes estudiosos do desenvolvimento econômico, nenhuma nação, município, cidade ou quaisquer localidade, cresce sem o alinhamento dos grandes fatores de produção, Terra, Capital e Trabalho. Nesse sentido, é incontestável que a chave da avalanche desenvolvimentista que colocou Quirinópolis como uma das cidades com maiores índices de crescimento de Goiás e do Brasil nos últimos anos, foram os pesados investimentos no setor sucroalcooleiro, uma cifra que beirou facilmente 1 bilhão de reais
Os efeitos desses investimentos são de grandes complexidades, mas pode-se seguir três linhas de orientação, uma baseada na grande evolução econômica, baseada sobretudo na elevação do nível de emprego, renda e consumo. Reafirmando e comprovando consistentes teorias do desenvolvimento econômico , bem como as dos economistas John Keynes e Milton Friedman. As expansão do emprego é notória, sendo que atualmente, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, sistema ligado ao Ministério do Trabalho, o índice de desemprego hoje em Quirinópolis é quase zero.
Reforçado ainda pelo espetacular crescimento da genuinamente quirinopolina "Haiala Metalúrgica" que figura hoje como uma das maiores fábrica de Portas e Janelas de todo o Brasil
Outro aspecto que é grande indicador desse desenvolvimento é o setor imobiliário, de 2007 a 2013, foram lançados mais de 10 loteamentos em Quirinópolis, sendo que se somado as políticas públicas vinculadas aos programas de moradia, quase 9.000 lotes surgiram em Quirinópolis até 2013. Além disso a cidade sofreu uma espetacular valorização imobiliária, seja pelos preços de aluguéis ou valor venal dos imóveis. Outra linha que pode-se seguir é dos desafios que surgem por conta dos reflexos desse investimento. Esses desafios estão ligados a oferta de serviços públicos, ligados a saúde, educação, moradia e infra estrutura (água, energia e esgoto). Os grande investimentos atraíram um grande fluxo migratório para Quirinópolis, com a população saindo de 2004 por volta de 37.000 habitantes para uma população estimada em 2013 de quase 47.000 habitantes. Esse aumento logicamente impacta diretamente os serviços públicos, sobretudo a saúde pública. O número de hospitais e leitos, neste mesmo período não se modificou, gerando assim uma grande sobrecarga a esses serviços. Os novos loteamentos não tem a garantia da saneago na oferta de água, embora o Plano Diretor é claro que os loteamentos particulares, a infraestrutura é de responsabilidade das empresas empreendedoras. A última linha segue sobretudo quanto as problemas decorrentes do crescimento, bem como aumento da violência, crescimento da frota de veículos, impactanto diretamente o trânsito de Quirinópolis, que nos últimos anos não teve nenhuma política ligada nem a infraestrutura de arruamento e nem quanto a mobilidade urbana. A questão da segurança é hoje talvez o assunto de maior evidência quanto as causas do desenvolvimento. A cobrança aos entes públicos, sejam municipais ou estaduais, tem sido um dos grande tensionadores da sociedade quirinopolina na atualidade. O certo é que Desenvolvimento Econômico é algo almejado por todo, mas nem sempre este é sinônimo de melhoria na qualidade de vida da população. Ele por si só não garante esse benefício, que de acordo com grandes teóricos desenvolvimentista só pode ser alcançado com um sólido planejamento e efetivas implementações de políticas públicas no combate a estes problemas.

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