quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Cachoeirinha do Rio Preto - Aspectos Naturais, Históricos e Sócio-econômicos

Autores: Gilberto Celestino dos Santos e Fátima Sueli Marcon Santos

A microrregião da Cachoeirinha do Rio Preto, localiza-se no Sudoeste do Município de Quirinópolis, a aproximadamente 34,3 quilômetros da Sede municipal. É uma bacia com área de aproximadamente 64,50 Km2, composta por relevos predominantemente planos, suavemente ondulados e bem drenados, com abundância de água em suas vertentes extensas e de baixa declividade, com reservas permanentes muito degradadas e reservas legais com percentuais muito abaixo das exigências legais. É plenamente agricultável, predominando os cultivos em pastagens para pecuária extensiva e lavouras de cana. As atividades educacionais, as festividades populares e religiosas tiveram grande influência na formação populacional desta área, e seu auge ocorreu nas décadas de 1960 à 1980, hoje tem baixa densidade populacional e concentração fundiária nas áreas mais propícias às atividades agrícolas modernas. />
Palavras Chave: Relevo, Hidrografia, população, educação, agricultura e pecuária. />
Localização e caracterização geoambiental da microrregião Cachoeirinha do Rio Preto. />
microrregião da Cachoeirinha do Rio Preto, localiza-se no Município de Quirinópolis e à Noroeste da Cidade com distância de 34,3 quilômetros e área de aproximadamente 67,0 Km2. A parte mais elevada tem altitude de 885 metros localizada sobre a Serra da Cachoeira e próximo a principal nascente do Ribeirão Cachoeirinha do Rio Preto, principal canal de drenagem desta bacia, a parte mais baixa com altitude de 506 metros está na Jusante deste Ribeirão onde faz confluência com o Rio Preto, a extremidade Norte está na latitude 18o16’51.21” e a extremidade Sul na latitude 18o19’11.78”, a extremidade leste esta na longitude 50o41’52.38” e a extremidade oeste na longitude 50o47’17.26”. Seus limites geográficos são, ao noroeste, norte e nordeste com a Serra da Confusão do Rio Preto, ao sul com o Rio Preto, ao oeste com as bacias dos Córregos do Salgado e Galho e a leste com a bacia do Ribeirão das Perdizes. />
Geologia />
A microrregião da Cachoeirinha do Rio Preto está inserida na “Bacia Sedimentar do Paraná, que situa-se no centro-leste da Plataforma Sul Americana, comportando-se como uma unidade autônoma geotectônica de idade fanerozóca, cujos primórdios de seus vestígios são referidos ao Eossiluriano”. (Sousa Jr, et all, 1983, p. 154). A Bacia Sedimentar do Paraná cobre uma área de aproximadamente 1.600.000 km2, sendo que 1.000.000 de km2 estão em território brasileiro, abrangendo os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. (Petri & Fúlfaro 1988, p. 25), Para Lacerda Filho (et all. 2000, p. 29), em Goiás estes sedimentos ocorrem no extremo sudoeste do Estado, abrangendo uma área de 92.500 km2, e é representada por uma sucessão sedimentar dominantemente terrígena. Na microrregião Cachoeirinha do Rio Preto é representada cronologicamente, portanto da base para o topo, pelos basaltos da Formação Serra Geral (JKsg), pelos arenitos finos a muito finos da Formação damantina (Ka), pelos arenitos finos a grosseiros da Formação Marília (Km), e pela cobertura detrítico-laterítica terciário-quaternária indiferenciada. />
A Formação Serra Geral (juracretácica), é constituída por espessos e extensos derrames de basaltos toleíticos, nas cores creme-amarronzados, cinza-escuro e esverdeados, com textura predominantemente afanítica e amigdalóide notopo, sendo raramente vitrofírica e com presença de intertrapes areníticos finos a muito finos, com estratificações cruzadas de pequeno porte. Também compõem essa formação os diques e soleiras de diabásio granular cinza-escuro e esverdeado. A Formação Adamantina é constituída por arenitos finos à muito finos, nas cores cremes, cinza-pardo e cinza-esverdeado, sendo constituída também por siltitos e argilitos creme-arroxeados. Apresenta stratificações plano -paralelas e cruzadas de pequeno a médio porte, com níveis conglomeráticos e carbonáticos. Esta formação possui tendência a concrecionamento, apresentando bolas de argila que podem também mostrar-se localmente silicificadas. A desagregação dessas rochas formam extensos e espessos areiões. A Formação Marília é constituída por arenitos finos a grosseiros, predominantemente mal selecionados, nas cores vermelhos, róseos e esbranquiçados; constitui-se também de arenitos argilosos, argilitos, siltitos, lamitos e conglomerados polimíticos, comumente desagregados e brechas conglomeráticas. Subordinadamente parecem níveis lenticulares e concreções de calcário e chert (variedade de quartzos). As rochas desta unidade aparecem comumente limonitizados e em pacotes geralmente maciços, com estratificações cruzadas de pequeno à médio porte. A partir do Terciário Inferior, houve a pediplanação geral dos planaltos e chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná, configurando-se sobre esta superfície, aqui considerada edafoestratigráfica, com coberturas detrito-lateríticas Terciárias e Quartenárias. />
Morfologia />
A Morfoestrutura da Bacia Sedimentar do Paraná, na qual insere-se a microrregião Cachoeirinha do Rio Preto, pelas suas características estruturais define um padrão de formas grandes do relevo. Deste modo, nessa Unidade Morfoestrutural, encontra-se várias Unidades Morfoesculturais. O Planalto Setentrional da Bacia Sedimentar do Paraná, que compreende a parte mais elevada da microrregião Cachoeirinha e respectivamente do município, onde são representadas estas Unidades por três níveis topográficos distintos, dos quais dois estão presentes nesta bacia; o mais alto, com cotas altimétricas entre 600 e 885m e o intermediário, com cotas entre 500 e 600m, aproximadamente. Muitas vezes esses níveis se unem em forma de rampas pedimentadas, dificultando sua identificação em um nível ou em outro. As formas de acumulação são representadas pelas planícies fluviais, significantes e presentes ao longo do Ribeirão Cachoeirinha do Rio Preto e em seus principais afluentes. O nível altimétrico mais elevado é representado por relevos residuais remanescentes de antigo pediplano Terciário, que vão de 600 a 800m, podendo atingir 885m (Foto 03), são relevos que podem apresentar com topos de formas conservadas, como podem apresentar topos de formas dissecadas. Os relevos de topos mais conservados, com rara ou nenhuma drenagem, são identificados pelas letras Et, o que significa Superfície Erosiva Tabular, sendo definidos como um relevo residual de topo aplanado e testemunho de superfície aplanada, geralmente limitado por escarpas erosivas. />
Ocupação e desenvolvimento na microrregião Cachoeirinha do Rio Preto . A População />
O primeiro habitantes a fixar residência na microrregião Cachoeirinha foi o senhor Anicesio José Cabral e seus irmãos que vieram de São Paulo em meados de 1850, foram Patriarcas das Famílias Cabral e Goulart, casou-se e teve vários filhos e filhas, entre elas a senhora Porcina que foi mãe de Maria Joaquina de Jesus – 1885 e João Ferreira Goulart – 1887. A senhora Maria Joaquina de Jesus casou-se com Antônio P. Vieira e tiveram os filhos João Jacinto Vieira – 1919 (vulgo João Totó) e esposa Maria tiveram (10) dez descendentes, sendo (4) quatro homens e (6) seis mulheres. O senhor Sebastião Jacinto Vieira - 1929, (vulgo Tião Totó) e a esposa Elza Maria Vieira Borges tem (7) sete descendentes (5) homens e (2) duas mulheres. O senhor João Ferreira Goulart e a esposa Manoela, constituiu família com (11) onze descendestes, sendo (3) Três homens e (8) oito mulheres,permanecendo como residente seu filho mais velho o senhor Gabriel Ferreira Goulart (in memorian) e seus descendentes até aos dias atuais. O senhor Jerônimo Joaquim Cabral e sua esposa Antônia, nascidos na Cachoeirinha do Rio Preto era neto de Anicésio José Cabral, teve família com cinco descendentes, sendo (4) homens e (1) mulher e o senhor João Cabral Goulart – 1942, com (2) filhos. O senhor Aureliano Miguel Cabral e Oscarina Teles – 1953, nascidos no Município e geraram (13) descendentes, sendo (5) filhos e (8) filhas, As famílias vindas de outros municípios constituíram ali famílias com grande número de filhos, Moisés Pedro da Silva e Maria Carolina Borges Silva – 1938, vindo com a família do Município de Rio Verde - Goiás, constituíram família composta por (4) quatro filhos e (3) três filhas. O senhor Sidonilio Borges da Silva e a esposa Ilarinda Vieira Cabral é um dos filhos que chegou ainda crianças e tornou-se um dos pioneiros no desenvolvimento desta região, permanecendo juntamente com os filhos até aos dias atuais na prática de atividades agropastoris. Vieram de outros Estados, pioneiros como o senhor Paulino José dos Santos e Olivia Celestina - 1955, com (8) descendentes sendo (5) cinco homens e (3) três mulheres vindos de Santa Vitória – Minas Gerais, sendo o senhor Vitório Celestino dos Santos o filho mais velho e sua esposa Aurea Rosa Vieira, que permaneceu ali até o ano de 2013. O senhor José Pinto da Silva e a esposa Ambrolina Crispim da Silva - 1959, vindo de Itapagipe - Minas Gerais, com parte de sua família já constituída, teve (12) descendentes, sendo (7) sete homens e (5) mulheres, sendo o senhor Jose Ferreira Pinto um dos filhos mais velhos e que permanecem ali com os demais irmãos até aos dias atuais. A Cachoeirinha teve no final da década de 1950 e nas décadas de 1960 e1970, seu período de maior densidade populacional, resultante das famílias pioneiras com grande número de filhos, e pelo processo migratório de mão de obra para a abertura de lavouras nas décadas de 1960 e 1970 através do trabalho braçal. Escolas, Comércio, atividades festivas e religiosas Neste período, que inicia-se o processo de desenvolvimento econômico foi também o período áureo de festas populares, comemorativas e religiosas nesta região, com existência de campo de futebol, escola e igreja, nas mediações de um estabelecimento comercial denominado de “venda” que abastecia toda aquela região com produtos diversos e promovia as festividades populares e esportivas regionais, (figura 02). A primeira escola era particular e multidisciplinar, disciplina rígida e com proposta pedagógica limitando-se ao processo de alfabetização de crianças, jovens e adultos, ou seja ensinando basicamente a ler, escrever e fazer as operações básicas de matemática e domínio da tabuada. A estrutura pedagógica e administrativa da escola ficava sob responsabilidade do professor, devidamente contratado pelos pais, sem nenhuma participação e controle do poder público. Os registros de matrículas, de desempenho escolar e demais atividades escolares eram feitos em um livro brochura pautado, que ocasionalmente era apresentado aos pais que raramente procuravam conhecer o desempenho escolar dos filhos.

Um comentário:

  1. Caro Professor LeonCorrea, gostaria de mais informacoes sobre estas familias,Obrigada Idelina Cabral de Assis

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