sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

PLANO TRIENAL: PLANO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (Governo João Goulart 1961-1964)


UMA ABORDAGEM DO PLANO TRIENAL

Marcelo Motta de Souza Wallas Machado Marquez1 Wisnei Divino Silva Alves1

Resumo – Este artigo tratará do Plano Trienal elaborado no governo de João Goulart por Celso Furtado, abordando aspectos políticos e econômicos, visando verificar se tais objetivos buscados foram atingidos ou não, e identificar os pontos favoráveis e contrários na execução deste projeto além de procurar as causas politicas e econômicas que obstruíram a sua realização. Será utilizada pesquisa bibliográfica e apresentação de painel para esta obra.

Palavras chave – Economia; Estabilização; Inflação; Politica.

INTRODUÇÃO

Neste trabalho será abordado o Plano Trienal elaborado por uma equipe econômica liderada por Celso Furtado (Milton Braga Furtado Síntese da Economia Brasileira 2000), em um período turbulento na politica do Brasil sucedido pelo golpe militar de 1964. Apresentado em fins de dezembro de 1962, o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social (Marcelo de Paiva Abreu em A Ordem do Progresso Cap. 8 de 1990), visava a estabilização econômica frente à deterioração externa e a aceleração inflacionaria. Embora fosse elaborado por Celso Furtado, economista ligado a CEPAL, para Marcelo de Paiva Abreu (A Ordem do Progresso Cap. 8 de 1990), caracterizou-se por aspectos bastante ortodoxos no qual enfatizava o excesso de demanda por gasto público como a causa mais importante. Para iniciar-se este Trabalho, parte-se da seguinte pergunta; O Plano Trienal atingiu os objetivos esperados? Visando responde-la, será utilizado para embasamento, o livro Síntese da Economia Brasileira de Milton Braga Furtado. Versão publicada em 2000, além do Capitulo 8 da obra; A Ordem do Progresso, escrito por Marcelo Paiva de Abreu em parceria com outros autores, publicada em 1990. Será recorrido a pesquisa bibliográfica e a apresentação deste artigo ocorrera em painéis.

Importância / Justificativa Considerou –se relevante abordar o Plano Trienal, por ser um assunto pouco discutido nos textos de economia e politica, devida provavelmente a interrupção causada pelo golpe de 1964. Bem como os aspectos positivos e negativos poucos discutidos por grande parte dos economistas.

Objetivo Geral Verificar se houve ou não, o alcance dos objetivos buscados pelo Plano Trienal e quais foram atingidos. Objetivos Especificos Identificar os pontos favoráveis e contrario com a execução do Plano Trienal. Buscar fatores políticos e econômicos que contribuirão ao impedimento da realização do mesmo.

Hipótese Trabalhar-se-á, a ideia que alguns pontos do Plano Trienal foram atingidos, porem outros não. Também será considerado, que houve fatores políticos e econômicos que foram empecilhos à execução deste projeto.

DESENVOLVIMENTO

Para Marcelo de Paiva Abreu o plano trienal consistiu em cortes de gastos públicos, subsídios ao setor agrário e interrupção da liberação do credito ao seguimento privado, este projeto que visava estabilizar o nível geral de preço ocasionou o oposto. Com o anuncio deste, houve um aumento significativo nos preços de bens industriais, buscou – se também a renegociação da divida externa brasileira que não funcionou devido a posição intransigente do FMI – Fundo Monetário Internacional. Para Milton Braga Furtado o Plano Trienal enfatizou a importância das reformas agrarias fiscal bancaria e administrativa, visava a curto prazo estabelecer uma conciliação de uma taxa de crescimento do PIB, substancial com a contenção da Moeda, manteve a politica de substituição de Importação focando no setor siderúrgico e petrolífero. A duração deste projeto segundo o autor Milton Braga Furtado, foi a efêmera para apresentar os resultados, visto que o plano seria para o período de 1963 a 1965, sendo que neste ultimo ano Goulart não estava mais ao governo. No Capitulo 8 do livro a ordem do progresso Marcelo de Paiva Abreu no entanto alega que no Plano Trienal fracassara nos objetivos buscados devidos aos cortes reajustes e negociações internacionais dele decorrentes sendo estas ultimas atacadas duramente por seguimentos de esquerda que afirmavam o caráter recessivo destas politicas econômicas e a submissão de interesses nacionais aos Estadunidense. Marcelo de Paiva Abreu afirma que Wells 1977, diz de forma convincente em que a recessão iniciada em 1963 deve-se ao programa de estabilização, o impacto deste programa sobre o desempenho econômico brasileiro dificilmente pode ser analisado a curto prazo, devida ausência de dados mensais disponíveis confiáveis ou mesmo de ordem indireta, além disso provavelmente pressões politicas de grupos industriais e do próprio FMI contribuíram para limitações na execução deste plano.

CONCLUSÃO

Conclui-se neste trabalho que o Plano Trienal além de abordar as desigualdades regionais também consistiu no corte da liquides de gastos públicos e subsídios destinados ao setor privado, conciliando controle da inflação e considerável crescimento econômico. Devido a pressões politicas internas e externas este programa de ajuste os resultados acabaram por serem obstruídos. O período de execução de tal projeto foi interrompido com o golpe militar de 1964, provavelmente houve uma conspiração por parte da mídia de setores ligados ao capital internacional para que as medidas de João Goulart fracassassem manchando a imagem de seu governo. Também setores de esquerda opuseram-se as politicas do plano por considerarem – nas muito ortodoxas e leais a interesses estrangeiros.

REFERÊNCIA

ABREU, Marcelo de Paiva, Organizador; A Ordem do Progresso Cem anos de Políticas Econômicas Republicana 1889 a 1989; 34º tiragem; Rio de Janeiro, Elsevier, 1990. FURTADO, Milton Braga, Síntese da Economia Brasileira; 7º Edição, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, Editora S.A, 2000.

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